Arrogância
A arrogância e o perigo de um coração Fechado – Reflexões a partir de As Crônicas de Nárnia
A arrogância é um traço que pode dar a falsa impressão de poder e superioridade, mas, na realidade, traz mais perdas do que ganhos. Muitos se agarram a essa postura acreditando que, assim, serão mais respeitados ou manterão o controle das situações. No entanto, a arrogância nos isola, impede nosso crescimento e nos coloca em constante conflito com os outros – e com Deus.
Nas Crônicas de Nárnia, C.S. Lewis ilustra brilhantemente o impacto da arrogância por meio de personagens que, em sua soberba, acabam se afastando da verdade e do bem. Um exemplo claro é Eustáquio, em A Viagem do Peregrino da Alvorada. No início, ele se acha superior aos outros, despreza Nárnia e age com prepotência. Sua arrogância, porém, o leva a uma dura consequência: ele se transforma em um dragão, um reflexo externo de seu interior endurecido. Somente ao reconhecer sua condição e permitir que Aslam o transforme, ele encontra redenção e verdadeiro crescimento.
Mas o que realmente ganhamos ao mantermos nossa arrogância?
Os "ganhos" ilusórios da arrogância
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Sensação de superioridade – No curto prazo, a arrogância pode nos fazer sentir no controle, mas essa postura é frágil e se desmancha diante da verdade.
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Isolamento – Quem sempre se coloca acima dos outros acaba afastando amigos, colegas e até mesmo familiares.
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Falta de crescimento – A recusa em ouvir críticas nos impede de evoluir e de reconhecer nossas falhas.
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Conflitos constantes – Sem disposição para escutar e aprender, os desentendimentos se tornam inevitáveis.
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Resistência divina – Como diz Tiago 4:6, "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes." Quem insiste em sua arrogância pode acabar experimentando a disciplina de Deus.
O perigo de um coração que não aceita questionamentos
A pessoa que se recusa a ser questionada fere o princípio da sabedoria e humildade. A Bíblia nos ensina:
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Provérbios 12:15 – "O caminho do insensato parece-lhe justo, mas o sábio ouve os conselhos."
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Provérbios 9:9 – "Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio; ensina o justo, e ele crescerá em entendimento."
Recusar questionamentos é agir como se já soubéssemos tudo, o que nos impede de aprender e de nos tornar melhores. Em Nárnia, vemos que aqueles que resistem à verdade – como a Feiticeira Branca ou o Tio André em O Sobrinho do Mago – acabam presos em suas próprias ilusões e arrogância, incapazes de enxergar o que realmente importa.
A verdadeira sabedoria está em ser humilde o suficiente para aprender, ouvir e reconhecer que sempre há espaço para crescer. Assim como Eustáquio precisou se despir de sua arrogância para encontrar redenção, todos nós precisamos deixar de lado o orgulho para que possamos evoluir e nos aproximar da verdade. Afinal, não há honra em se manter rígido e arrogante – a verdadeira grandeza está na humildade de reconhecer que sempre há algo a aprender.
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