Numa conversa com as amigas... Sobre o convívio familiar ou congregacional: Casos de família ;)
Ser chamado cristão significa ser seguidor de Cristo, alguém que busca viver conforme os ensinamentos de Jesus e reflete seu caráter no dia a dia. O termo "cristão" foi usado pela primeira vez em Antioquia (Atos 11:26) e identifica aqueles que não apenas creem em Jesus, mas também vivem de maneira a demonstrar sua fé e transformação.
Membros de igreja, mas não discípulos
Muitos confundem ser cristão com a mera participação em uma igreja. Regularidade nos cultos, envolvimento em ministérios e relacionamentos na congregação são importantes, mas não definem o verdadeiro cristianismo. Jesus nos ensinou que o discipulado exige morrer para si mesmo diariamente (Lucas 9:23), amar os inimigos (Mateus 5:44) e perdoar setenta vezes sete (Mateus 18:22). Quando Deus nos permite situações desafiadoras, como ser ofendido ou humilhado, Ele nos convida a agir como Cristo, que, quando insultado, "não revidava; quando sofria, não fazia ameaças" (1 Pedro 2:23).
A reação de "não sou obrigado" ou "escolha suas batalhas"
Muitas pessoas reagem a essas situações dizendo que não são obrigadas a tolerar certos comportamentos. Embora seja verdade que Deus não nos chama para sermos passivos diante do pecado, Ele nos instrui a amar, perdoar e demonstrar graça. Essa resistência à obediência pode revelar que, embora estejam na igreja, ainda não entenderam o que significa ser como Cristo. O verdadeiro cristão não busca justificar seus direitos, mas sim abrir mão deles por amor ao próximo e à glória de Deus. Enfrenta as batalhas que surgem, sejam quais forem, porque sabe que "todas as coisas cooperam para o bem".
O que fazer quando nos humilham ou ofendem?
Jesus nos deixou um exemplo claro:
- Dar a outra face (Mateus 5:39): Não significa ser conivente com o mal, mas responder com mansidão, sem buscar vingança.
- Amar os inimigos e orar por eles (Mateus 5:44): Demonstrar o caráter de Deus, que é misericordioso mesmo com os ingratos.
- Perdoar de coração (Mateus 6:14-15): Reconhecer que também fomos perdoados por Deus e, portanto, devemos perdoar.
O que Jesus prometeu aos que se submetem?
- Recompensa celestial: "Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos Céus" (Mateus 5:10).
- Descanso para a alma: "Aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e encontrarão descanso para suas almas" (Mateus 11:29).
- Reconhecimento eterno: "Aquele que me confessar diante dos homens, eu também o confessarei diante do meu Pai que está nos céus" (Mateus 10:32).
Ser cristão é mais do que um rótulo; é um chamado para viver como Cristo, mesmo que isso signifique suportar a dor, a humilhação e a injustiça. A recompensa para aqueles que se submetem é a paz de Deus e a promessa de estar com Ele na eternidade.
As situações familiares são um dos cenários mais desafiadores e, ao mesmo tempo, mais oportunos para praticarmos os ensinamentos de Jesus. Isso porque convivemos diariamente com pessoas diferentes de nós, com personalidades, opiniões e fraquezas que, muitas vezes, testam nossa paciência, amor e disposição para perdoar. No entanto, são justamente nesses contextos que Deus nos molda para sermos mais parecidos com Cristo.
Situações familiares que nos desafiam:
1. Conflitos com cônjuges: Discussões podem surgir devido a diferenças de opinião ou atitudes. Nessas situações, Jesus nos chama a praticar o amor incondicional (Efésios 5:25), a mansidão e o diálogo respeitoso (Tiago 1:19-20). Perdoar, mesmo quando não sentimos que o outro merece, é um ato que reflete o caráter de Cristo.
2. Desobediência ou rebeldia de filhos: Quando filhos agem de maneira desafiadora, é fácil reagir com raiva ou impaciência. No entanto, somos chamados a corrigir com amor, sem provocar ira (Efésios 6:4), refletindo a paciência de Deus conosco.
3. Desentendimentos entre irmãos: Rivalidades, ciúmes ou diferenças podem gerar mágoas. Aqui, aplicar o ensino de Jesus de buscar reconciliação (Mateus 18:15) e perdoar quantas vezes forem necessárias (Mateus 18:22) nos ajuda a restaurar o vínculo familiar.
4. Cuidado com parentes idosos ou enfermos: O cuidado com quem depende de nós exige sacrifício. Jesus demonstrou compaixão pelos necessitados e nos chama a fazer o mesmo, vendo isso como uma oportunidade de servi-Lo (Mateus 25:40).
5. Diferenças de fé dentro da família: Conviver com familiares que não compartilham da mesma fé pode gerar conflitos, mas é uma oportunidade para demonstrar o amor de Cristo através de atitudes gentis e coerentes, sem impor ou forçar mudanças, mas sendo luz (Mateus 5:16).
Por que devemos nos esforçar para sermos parecidos com Jesus?
1. Refletir a glória de Deus: Nosso comportamento deve glorificar a Deus. Quando agimos como Cristo, mostramos ao mundo o amor e a graça de Deus (1 Pedro 2:12).
2. Transformação pessoal: Cada situação difícil é uma oportunidade para crescermos espiritualmente, desenvolvendo frutos do Espírito como paciência, domínio próprio e bondade (Gálatas 5:22-23).
3. Impacto eterno: Nossa obediência a Jesus pode impactar nossos familiares e inspirá-los a buscar a Deus. Muitos testemunhos de conversão começam com a observação de atitudes cristãs em casa.
4. Promessa de bênção: Jesus prometeu que aqueles que se submetem à vontade de Deus e seguem Seus passos receberão descanso, paz e comunhão com Ele (Mateus 11:28-30).
Ser como Cristo exige esforço, mas é por meio desse esforço que nos tornamos mais humanos e mais divinos, refletindo o plano original de Deus para nossas vidas. As dificuldades familiares, em vez de obstáculos, podem se tornar oportunidades divinas para crescermos na graça e no amor.
Quando alguém constantemente se defende relembrando ofensas ou palavras duras ditas por outrem, a situação reflete um ciclo de mágoa e ressentimento que precisa ser tratado. Guardar mágoas pode corroer os relacionamentos e impedir o crescimento espiritual, enquanto o perdão e a reconciliação são elementos essenciais para aqueles que desejam seguir os ensinamentos de Jesus.
A profundidade do perdão:
Jesus nos ensina a perdoar "setenta vezes sete" (Mateus 18:22), o que significa que o perdão deve ser contínuo e ilimitado. Lembrar das ofensas constantemente pode indicar que a mágoa ainda não foi verdadeiramente entregue a Deus. Perdoar não é esquecer o que aconteceu, mas decidir não mais usar isso como uma arma ou justificativa para manter a distância ou criar barreiras.
Reconhecer o impacto das palavras:
A Bíblia reconhece que palavras podem ferir profundamente. Provérbios 18:21 afirma: "A língua tem poder sobre a vida e a morte." Reconhecer que a dor é real é importante, mas usar essas ofensas como justificativa para perpetuar conflitos não reflete o caráter de Cristo.
Buscar cura para o coração ferido:
A mágoa não resolvida afeta mais quem a carrega do que quem a causou. Hebreus 12:15 nos adverte sobre "raiz de amargura", que pode contaminar relacionamentos e a própria alma. A nora deve levar essas mágoas a Deus em oração, pedindo que Ele a ajude a perdoar genuinamente e libertar-se do peso da ofensa.
Praticar o ensino de Jesus sobre amar os inimigos
Mesmo que alguém tenha falhado em palavras ou atitudes, Jesus nos chama a amar até os inimigos e orar por aqueles que nos ofendem (Mateus 5:44). Orar pela sogra pode mudar o coração da nora e, possivelmente, o da sogra também.
Reconciliar quando possível
Romanos 12:18 diz: "Se possível, quanto depender de vocês, vivam em paz com todos." Se houver espaço para diálogo, a nora pode buscar uma conversa sincera e respeitosa com a sogra, expressando suas mágoas de maneira construtiva, sem atacar ou culpar.
Relembrar quem somos em Cristo
Como seguidores de Jesus, somos chamados a não retribuir mal por mal, mas a vencer o mal com o bem (Romanos 12:21). Devemos buscar, com a ajuda de Deus, agir de forma diferente, demonstrando graça, mesmo quando não se sente compreendida ou valorizada.
Por que é importante perdoar e seguir em frente?
1. Para glorificar a Deus: Perdoar e buscar a paz em situações difíceis reflete o caráter de Cristo e glorifica a Deus.
2. Para encontrar liberdade: O perdão liberta a pessoa ferida do peso emocional da mágoa e da amargura.
3. Para restaurar relacionamentos: Embora a reconciliação nem sempre seja possível, o perdão abre caminho para que Deus trabalhe na restauração do relacionamento.
Conclusão:
Lembrar constantemente das ofensas impede que experimentemos a paz e a liberdade que vêm do perdão. Jesus nos convida a tomar a difícil, mas recompensadora, decisão de perdoar, amar e buscar a reconciliação. Esse processo não apenas cura o coração, mas também dá testemunho do poder transformador do evangelho.
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